Aura Galeria + MT Projetos na ArtRio 2022: Gervane de Paula

  • “Um trabalho como esse do Gervane é supreendente! Ao mesmo tempo que ele está comentando todas essas tendências – é uma coisa muito particular, muito inventiva, muito dele -, é uma produção supreendente, exuberante. Esse trabalho pode dar uma outra energia no Brasil.”
    Frederico Moraes, 2016.

    Entendendo a dimensão e importância de Gervane de Paula, a Aura Galeria e o MT Projetos de Arte decidiram convergir esforços para promover maior divulgação e circulação de sua produção perante colecionadoras, colecionadores e público em geral.

    Gervane de Paula promove um ato de resistência política e denúncia em suas obras. Sem perder a fé no futuro, o artista articula discursos que ao mesmo tempo são contundentes, irônicos e ácidos em relação ao desmatamento e degradação do meio ambiente, ao racismo escancarado no sistema da arte, além de temas como violência urbana, misoginia, desigualdade social, entre outras abordagens recorrentes em sua narrativa.

    A importância em destacar o trabalho de Gervane está ligada aos recentes

    compromissos assumidos pelo campo artístico na revisão da escrita da História da Arte no Brasil. Como diz Frederico Moraes sobre o olhar para a produção mais ampla no país:

    “é preciso repensar a arte brasileira também a partir das regiões, eu insisti com muita freqüência sobre essa questão da produção regional brasileira, porque se fala muito da crise da arte atual, por muitas razões, mais é uma crise na verdade de uma arte internacional, que também se reproduz aqui e está intimamente ligado ao mercado”.
    MORAES, 2016

    Ao usar meios e suportes variados, com rica diversidade de materiais, Gervane mostra sua excepcional desenvoltura da pintura à instalação, da escultura à performance, trazendo referências que passam pela pop art, arte conceitual, entre outras correntes artísticas. O artista integrou a emblemática exposição “Como vai você, Geração 80?”, sendo pioneiro no debate da racialização na arte contemporânea no país, um dos inúmeros motivos que emprestam a Gervane a estatura dos gigantes da história da arte produzida no Brasil.

    Daniela Labra faz uma proposição assertiva em relação ao artista ao afirmar que:“De intenção figurativa e pop, Gervane iniciou sua trajetória nos anos 1980, na pintura, e essa origem pode ser comprovada no colorido carregado das figuras que lembram as de Victor Arruda, José Roberto Aguilar, Ângelo de Aquino, Keith Harring, Basquiat, entre outros artistas que pintaram a união da visualidade popular com a cultura erudita.”
    LABRA, 2018