uýra - terras crescidas

A Aura tem o prazer de apresentar, a partir do dia 27 de agosto, a exposição “Terras Crescidas”, a primeira individual de Uýra na galeria. A mostra reúne quatorze fotoperformances, além do vídeo “Planta-Gente”, um trecho do documentário “Uýra – A Retomada da Floresta”, filmado na Amazônia e exibido internacionalmente, com mais de 11 prêmios conquistados em festivais em Nova York, Los Angeles, Londres,  Melbourne, entre outros.

Acompanhada do texto curatorial de Denilson Baniwa, a exposição parte do fenômeno natural das chamadas “terras caídas” e “terras crescidas” – processos geológicos de erosão e sedimentação nos rios amazônicos – para refletir sobre as memórias apagadas, a resistência indígena e os impactos do avanço colonial sobre os corpos, territórios e ecologias da floresta.

Uýra, artista, bióloga e educadora, conhecida por seu trabalho que atravessa arte, ciência e ancestralidade, faz do próprio corpo como suporte para construir diálogos entre gente, bicho e planta, além de responder ao histórico de apagamento identitário amazônico. 

Nas palavras de Denilson Baniwa, “o constante contato com o ocidente fez com que parte da memória familiar e étnica fosse amputada dos mais jovens. Tudo acaba se tornando opaco e através da pesquisa artística de Uýra, podemos vislumbrar um outro tempo, de uma terra formada por sedimentos de memórias e de onde pode-se reclamar a retomada do que foi perdido ao longo dos tempos de escravidão, exploração e apagamentos. É uma certa contrarresposta à tentativa de invisibilidade, atropelamentos históricos e separação das famílias, num território construído a partir da divisão, da separação.”

“Terras Crescidas” faz um paralelo complementar à exposição “Terras Caídas”, também da Uýra, no Parque Maria da Glória, no Rio de Janeiro, que estará em cartaz de 16 de agosto a 14 de setembro de 2025, apresentando uma seleção de oito fotosperformances das séries “Elementar”, “Mil Quase Mortos”, “Rio Negro” e “Terra Pelada”,  entre outras.