Para a 4ª edição da ArPa, a Aura apresenta os solos de Helô Sanvoy e Renan Teles, que lançam mão de uma variedade de linguagens para investigar as potencialidades discursivas das matérias, permeando camadas sociorraciais.

Nos primeiros dias da feira, Sanvoy, que investiga as complexidades que rondaram o processo de formação do Brasil, traz para o estande da Aura obras emblemáticas de sua carreira. Entre elas está uma peça da série “Eiro”, inscrita em lona de algodão cru com carvão, cera de abelha e pó de pau-brasil – material que remete aos ciclos de exploração colonial. Outro destaque, é a fotografia “Empelo” (2023), que deriva de uma performance, onde o artista nu – em pêlo – se suspende pelo cabelo trançado com couro – símbolo de sua ancestralidade – e preso a uma parede. A ação performática tensiona as tranças na distância exata em que seus pés sobem pela parede e seu corpo fica suspenso, provocando feridas visíveis no couro cabeludo do artista. 

Na segunda montagem, a galeria apresenta um recorte da produção de Renan Teles, artista que toma a fotografia como ponto de partida para investigar criticamente as camadas simbólicas e históricas que envolvem a representação do corpo negro e afroindígena – sobretudo o erotismo racializado e a construção social da vilanização do homem negro. Como ponto central do estande, está um tríptico, de quase dois metros de extensão. Como é característico de sua linguagem, nesta pintura a óleo, feita especialmente para a ocasião da feira, Teles faz uso do empasto – ou impasto em italiano, uma técnica de pintura onde a tinta é aplicada em camadas bastante volumosas. Aqui, a densidade das pinceladas compõem uma paisagem noturna densa, à beira do sonho e do abismo, em camadas sensoriais. A criação nasceu do desejo de trabalhar o erotismo, o fascínio e o medo sob o manto escuro da noite.


8 MAI – 1 JUN 2025


estande [booth] A1

mercado livre arena pacaembu

r. capivari, portão 23, são paulo, sp

Próximo
Próximo

sp-arte 2025